domingo, 7 de junho de 2009

Para ser um bom Psicólogo!!


DURANTE O CURSO!!

Ψ Desenvolver conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias para que possa trabalhar como um profissional da Psicologia com formação geral.

Ψ Adquirir aptidão para promover a saúde mental, prevenir e tratar a doença mental e reabilitar a incapacidade mental.

Ψ Preparar-se para compreender os indivíduos e as comunidades.

Ψ Intervir sobre as necessidades individuais e coletivas de saúde mental, em cada situação social específica.

Ψ Objetivar sempre a redução dos danos provocados pela existência e a ampliação da autonomia pessoal e social de cada ser humano.

DURANTE A VIDA!!

Ψ Ao final do curso cada um deverá ter competências.

Ψ Buscar sempre a educação permanente, a atualização frequente e especialmente a auto aprendizagem, ou seja, aprender como a experiência.

Ψ Comunicar-se adequadamente com seus colegas de profissão, com a clientela e sues familiares e com a comunidade como um todo.

Ψ Informar e educar seus pacientes, familiares e seu grupo social em relação a promoção de saúde, prevenção, tratamento e reabilitação das doenças.

Ψ Realizar com eficiência a Entrevista Psicológica e a consequente construção da história clínica.

Ψ Ter raciocínio crítico na interpretação dos dados obtidos, na identificação da natureza dos problemas de prática diária e na sua resolução.

Ψ Exercer a Psicologia utilizando apenas procedimentos diagnósticos e terapêuticos validados cientificamente.

Ψ Participar sempre que possível na pesquisa e produção de novos conhecimentos.

Ψ Cuidar de sua própria saúde física e mental e buscar seu bem estar como cidadão e como profissional.

Ψ Manter-se atualizado com alegislação pertinente à sua área.

(Dicas extraídas de uma apostila que foi disponibilizada por uma colega já formada em psicologia)


Serviço de Psicologia

Caso nº 2 - Vi F. A. S. pela 1ª vez no hospital, em quarto separado, com broncopneumonia, meningite, septicemia e lesões necróticas de pele, o que lhe dava uma aparência muita feia.
Com 1 ano e 22 dias era sua 7ª internação, sempre por pneumonia ou desidratação. Estava no hospital há 12 dias, com peso de 5,200kg, não conseguia assentar ou engatinhar, sem dentes e não falava.
A criança, por estar sempre internada, não teve oportunidade de receber afeto materno, nem de estabelecer um objeto de amor. No hospital, como muitas pessoas passavam por ela rapidamente, e a criança não tinha uma pessoa com quem estabelecer contato, mantinha constantemente o braço sobre os olhos; e quando via alguém no quarto, puxava o cobertor até tampar a visão, isolando-se do ambiente que era muito agressivo para ela. Se era tocada, chorava.
Quando os pais estavam presentes, olhava para eles, chorando, tampava o rosto e assim permanecia, negando a presença deles. A mãe tinha muita resistência em pegar a criança, mas aos poucos através de conversas com ela, sobre a importância da sua presença e carinho, passou a ficar com a filha no colo, durante o horário de visitas. No entanto, não lhe dava total atenção, conversando com outras pessoas ali presentes.
Feita a anamnese, a mãe relata que a criança nasceu de 7 meses, de fórceps, e ficou 25 dias na uncubadora. Como eram duas crianças gêmeas, ela quis dar uma, mas o marido não concordou. "Ficam muito no berço, e, em casa, F. A. S. é muito nervosa".
O trabalho da psicóloga era, primeiramente, estimular a criança. Perto do berço, chamava pelo nome em tonalidades e posições diferentes. F. A. S. passou então a tirar o cobertor dos olhos, e procurar quem a chamava. A princípio, a criança não aceitava o contato, e chorava com a minha presença; depois passou a olhar, interessando-se pela estimulação. A criança foi estabelecendo vínculo, e não muito depois, passou a rir quando eu chegava e chorar quando me afastava dela. Era feito carinho nas partes do corpo que não estavam enfaixadas, movimentos para despertar sua atenção, visão, e audição, sempre acompanhados de estimulação verbal.
Foi transferida para uma enfermaria coletiva. Estava hipertensa e iniciei um trabalho de relaxamento.
Quando a relação com F. A. S. estava bem estabelecida, passei a trabalhar com ela sempre no meu colo, o qual aceitava prontamente, assim como as trocas de fraldas, corte de unhas, mamadeiras, e algumas vezes o almoço. A criança sabia então que uma pessoa gostava dela, que com ela podia se relacionar e a ela podia dirigir seu afeto, podendo perceber o que se passava além da relação, no meio ambiente. Nesta época, já apresentava condutas espontâneas; palmas, dar tchau e fazer sons com a boca.
Ao apresentar condições de alta, a mãe foi chamada e conscientizada do processo passado pela filha, e informada que ela apresentava ainda um retardo considerável no seu desenvolvimento psicomotor.
OBS: a criança voltou ainda mais 2 vezes ao hospital, com diagnóstico de pneumonia, num espaço de 4 meses, quando então passou a fazer controle ambulatorial.
O trabalho com a criança foi feito em 29 dias.

Serviços de Psicologia

Relataremos dois casos de pacientes crianças internadas e a atuação da psicóloga Marilia de Freitas Maakaroun (MG).

Caso nº 1> R.T.A. - 5 anos - sexo feminino - Diagnóstico - Cardiopatia congênita, com indicação de cirurgia para correção. Foi solicitada ao Setor de Psicologia e preparação da criança para a intervenção cirúrgica.
Trata-se de uma criança alegre, estabelecendo fácil contato. Possui verbalização bastante rica para sua idade.
À 1ª entrevista, constatamos que a criança apresentava-se confusa. Não compreendia o porquê de sua internação, sentindo o afastamento do lar como punição. Sendo a 1ª vez que era hospitalizada, demonstrava simultaneamente medo pela situação desconhecida e atração pelos objetos que a rodeavam, e que lhe despertavam curiosidade. Revelou atração especial pelas camas individuais do hospital. É que, em casa, dormia junto com os irmãos em um colchão colocado no chão, no quarto dos pais.
Em contato com outras crianças, evitava conversar sobre a cirurgia, nas sessões, nada revelava sobre seus temores, mas portava-se de maneira excepcionalmente adequada para sua idade, fazendo "papel de menina boazinha". Evitava brincar com o "playmobil" utilizado para preparação para cirurgia, sendo sua aproximação gradual, entremeada de diversas fugas e retornos à situação.
Não manifestava diretamente sua agressividade, mas projetava-se em animais que desenhava ao final da sessão e que eliminava logo a seguir. À medida em que elaborava a necessidade da cirurgia que lhe era explicada verbalmente e através de brinquedos, mostrou-se mais tranquila.
Efetuada a cirurgia, teve um pós-operatório muito bom. A criança manteve-se calma, colaboradora e meiga. No C.T.I. explicamos-lhe o porquê de cada aparelho e sua necessidade.
Entretanto, ao voltar para a enfermaria, apresentou depressão bastante acentuada. Permanecia apática, não participando das brincadeiras, como fazia anteriormente.
Durante as sessões de ludoterapia, foi, aos poucos, falando sobre suas fantasias: revelou que sentia medo de que o líquido que bebia saísse "pelos buracos do corpo" - ou seja, pelas incisões cirúrgicas e que estas pudessem abrir-se e que "a água saísse pela barriga". Revelou também o temor de que lhe tivessem retirado algo de dentro do organismo e que não tivesse sido recolocado durante a cirurgia (estaria esta ansiedade ligada à situação da castração?).
Procuramos explicar-lhe que nada disto ocorreria. Sua depressão, entretanto, só foi realmente afastada quando conseguiu manisfestar a raiva que sentia da equipe médica, por "terem feito com que sentisse dores". Apesar de aparentemente aceitar explicações sobre a necessidade da cirurgia, as dores a magoaram bastante. Sentia-se traída. Afinal, fora "boazinha" durante sua estadia no hospital e não possuia nenhum referencial a que pudesse recorrer para imaginar o sofrimento a que se é submetido em uma cirurgia cardíaca.
Manisfetava, nesta época, intensa saudade de casa, pois as visitas de seus pais eram bastantes raras (pois residem no interior). Recebeu alta médica em boas condições físicas. Acreditamos que a criança se beneficiaria com um acompanhemento psicólogico pós-cirúrgico mais prolongado. Todavia, isto não foi possível, por se tratar de criança que reside no interior, com poucas possibilidades de retornar com mais frequência.